Administrar o EGO...

Danilo Fernando Olegário
Graduado em Administração de Empresas e com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas pela FGV, atuando na área de Desenvolvimento em Comportamento Humano, mais de nove anos de experiência na área Gestão de Pessoas e seus sistemas. Estudou e pesquisou como trabalho acadêmico o comportamento dos diversos estilos de liderança. Desenvolveu em grupo projeto acadêmico de MBA sobre a Inclusão das Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho – a necessidade de qualificação. Já atuou como professor em Gestão de RH em escolas técnicas, convidado para ministrar palestras em Faculdade de Tecnologia. Trabalhou com inclusão de pessoas com deficiência e jovem aprendiz, participou de projetos de formação e desenvolvimento de pessoas. Desenvolveu programas de treinamentos para liderança através de jogos empresariais. Atualmente trabalha como Analista de Desenvolvimento em empresa do setor sucroalcoleiro.
O EGO é uma palavra muitas vezes confundida na sua interpretação, pois geralmente se associa a termos como vaidade, egoísmo, egocentrismo, o que de fato quando em excesso provoca esses comportamentos. Algumas expressões, por exemplo, são ditas como comuns, entra as quais: "Deixe o EGO de lado...". No entanto, o EGO nada mais do que o EU. Sendo assim não podemos deixar o EU de lado, porque se abandonamos o EU perdemos a identidade.
 
A ideia não é abandonar o EGO, mas administrá-lo. Administrar porque dentro de uma equipe, ele pode atrapalhar e muito um bom desempenho. Uma equipe é composta por vários indivíduos, ou seja, vários EUs que juntos formam o NÓS. Essa é uma compreensão interessante, pois dentro de uma equipe existe o ser NÓS que são formados por EUs.
Quando existe essa compreensão dentro de um time, as vaidades são pequenas, os objetivos individuais passam a ser únicos e os resultados são mais permanentes.
Basta observar os grandes times do meio esportivo para se entender melhor esse conceito. Sempre gosto de falar da Seleção Brasileira de Futebol de 2002, comandada pelo Felipão. Sem dúvida aquela era uma Seleção de Estrelas que souberam trabalhar muito bem o EGO, em função de um objetivo maior - Conquistar o Campeonato, e ganharam. Em 2006 não podemos fazer a mesma comparação, muito menos a mais recente 2010.
Outro exemplo interessante, a Seleção Brasileira Masculina de Vôlei, um time de estrelas inúmeras vezes campeões mundiais e olímpicos, comandadas por Bernardinho. Várias estrelas brilhando juntos para um objetivo maior - ganhar o campeonato.
Dentro de uma equipe o objetivo ou o propósito tem que ser maior que o EGO. No entanto, esses exemplos não sugerem o abandono do EGO, ou do EU, pois em alguns momentos ele deverá aparecer. Visualize a cena de um atacante que irá bater o pênalti decisivo em uma final de campeonato... Naquele momento é o EU que tem que resolver a parada, mas em prol do NÓS, ou seja, em prol da proposta ou objetivo maior - ganhar o campeonato.
Essa analogia com o esporte nos permite transpor para realidade da organização, pois quantos resultados são comprometidos dentro de um ambiente de trabalho por falta de dessa gestão. Em muitas situações o próprio líder não tem essa percepção e, por isso, o sujeito sente-se autorizado em querer ser mais que os outros, aliás, o título de líder já o deixa ensimesmado. Esse é um cuidado que se não for bem tomado, pode gerar muitas frustrações e comprometer resultados, além do clima insuportável instalado.
Essa gestão ou administração do EGO é responsabilidade de cada um. É algo que não cabe terceirização, porém o líder pode perceber e antecipar futuras crises. A melhor forma dele fazer isso é através da transparência, da sinceridade de um feedback, da clareza de uma orientação e alinhamento de expectativas.
Em uma equipe com alto grau de maturidade, as pessoas percebem a hora de assumir o palco e a hora de ficar na plateia, batendo palmas para quem está no palco naquele momento. Quando uma equipe ou um time atinge esse nível, estão muito próximos da alta performance, ou do alto desempenho. Ao final desse texto tente fazer esse exercício com a sua equipe, observe o quanto as pessoas entregam-se para as outras de forma sincera. Um grande teste para isso é quando surgir uma nova oportunidade, ou um projeto novo e ver quem são os que gostam de chamar a atenção e os que gostam de fazer a coisa acontecer.

Administrar o EGO tem a ver com deixar de lado a vaidade e, principalmente, as diferenças para fazer parte de uma equipe, alinhar os propósitos pessoais para um maior que reluz o objetivo de toda a equipe - ganhar o campeonato.

Palavras-chave: | equipe | produtividade |
Por Danilo Fernando Olegário para o RH.com.br

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