Mario Sergio Cortella: Mudar é complicado? Acomodar é parecer!

Não basta apenas constatar que o mundo muda cada vez mais rápido. É preciso dar um passo a mais e abrir a mente para pensar além do óbvio e não perder as oportunidades que esse novo mundo tem a oferecer”.
O autor da frase acima é Mario Sergio Cortella, filósofo, mestre e doutor em Educação que vai trazer à sexta edição da ExpoVendaMais uma visão completamente diferente de um assunto debatido no mundo corporativo exaustivamente: a inovação.
Para Cortella, existem três grandes fatores que limitam a percepção das pessoas sobre as inúmeras possibilidades que o mundo em constante mudança oferece, e eles devem ser combatidos dia após dia.
“O primeiro deles é a limitação mental, a recusa em abrir a cabeça para aquilo que é novo, diferente. É por conta disso que hábitos arraigados na cultura de uma pessoa ou empresa acabam se transformando em âncoras que imobilizam”, explica. “Em segundo lugar está o cinismo ético. Ou seja, a pessoa ou grupo até anuncia boas coisas como valores, mas na prática age completamente diferente do que se propôs”, analisa. “O último fator é a arrogância na suposição que algo tem que ser feito exatamente como sempre foi, já que foi assim a vida toda. Essa é uma atitude extremamente perigosa, porque é auto-destrutiva”, conclui.
Porém, Cortella não quer que os participantes do evento continuem sofrendo por conta destes males. Por isso, ao longo de sua apresentação vai trabalhar três grandes linhas de atitude que são necessárias para deixar de lado os fatores negativos e começar a abrir a mente para novas possibilidades. São elas:
  1. Generosidade Mental – ensinar o que se sabe;
  2. Coerência ética – praticar o que se ensina;
  3. Humildade intelectual – perguntar o que se ignora.
Como saber se a hora chegou
Apesar de mudança ser sempre importante para oxigenar cérebros e equipes, muitas vezes o ditado “não se mexe em time que está ganhando” é válido e deve ser levado em consideração antes de fazer qualquer movimento brusco.
Por isso, o mais importante é entender se a hora de mudar realmente chegou, e Cortella tem uma boa dica para facilitar a identificação deste momento. “Todas as vezes em que se perde impulso e vitalidade, que se nota o recuo da competitividade, da produtividade, da rentabilidade e da lucratividade é sinal de que há uma ameaça à sustentabilidade no futuro. E aí é possível saber que a hora de mudar chegou”.
No entanto, é preciso agir com cautela e escolher a postura certa para dar início à mudança. Cortella separa dois perfis que normalmente entram em ação em situações como esta: os audaciosos e os aventureiros.
Segundo ele, audacioso é aquele que planeja, avalia, estrutura, organiza e vai. Aventureiro é aquele que vai sem ter estruturado, planejado, organizado. “A frase clássica do aventureiro é ‘vamo que vamo’, ou seja, primeiro a gente enlouquece depois a gente vê como é que fica. O audacioso é aquele que antecipa, organiza, prepara e aí vai”, explica.
No mundo corporativo, as empresas audaciosas normalmente são as que crescem nesses momentos de oportunidade. Já as aventureiras, apenas se arriscam e quebram. Que caminho você vai escolher?

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