Liderança e Futuro
Onde estão hoje os talentos que irão construir o futuro de sua empresa? Caberia aos líderes atuais descobri-los o quanto antes?
Conheci a fundo uma multinacional que se orgulhava de ter uma cultura global refinada. Seus executivos atuavam em quase uma centena de países e eram verdadeiros “líderes diplomatas”. Seu CEO, ele próprio um “estadista”, tinha chegado ao posto máximo depois de décadas de carreira e intensa vivência em diferentes regiões do planeta. Ele atribuía à cultura globalizada muito do sucesso mundial do grupo. Segundo ele, esse refinamento cultural era a essência estratégica da organização, o fator que a diferenciava dos concorrentes e a mantinha no topo do ranking ano após ano.

Será que nossas empresas estão capacitadas a detectar esses jovens talentos, possivelmente com perfil muito diferente dos líderes que hoje dirigem a empresa? Ou nossos radares não só deixam de detectá-los como também rejeitam os que aparecem? Mesmo se aptos a identificá-los e trazê-los para a empresa, os líderes de hoje estarão preparados para lidar com eles? Ou haverá algum tipo de ruptura causada por “conflito de culturas”, desde as primeiras semanas?
Será que nossas empresas estão capacitadas a detectar esses jovens talentos, com perfil tão diferente?
O contexto na sua empresa é livre e estimulante, assegurando a motivação dos jovens líderes que detecta? Ou o jeito de fazer as coisas engessa os talentos, gerando elevado índice de turnover? A propósito, como “formar” esses jovens talentos? Formá-los em quê? Com que tipo de programa? Na verdade, se a seleção foi muito benfeita, esses talentos de nada precisarão. Já são líderes prontos. Estarão o tempo todo em regime de autogestão, surfando nas ondas do futuro, evoluindo numa velocidade surpreendente e criando o futuro da empresa. Se os líderes do futuro evoluem em regime de autogestão, o que fazem os que estão no comando hoje?
Talvez a única coisa que possam fazer é assegurar que os jovens talentos estejam trabalhando em equações altamente desafiadoras. Além disso, o que precisam fazer é literalmente sair da frente e deixá-los livres para criar. A grande contribuição deles ocorreu antes, na seleção desses jovens talentos. O ponto onde tudo se define. Inclusive o futuro da empresa...
Oscar Motomura
Amananet
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