IGUALDADE PROFISSIONAL Mulheres ocupam cada vez mais posições de lideranças no mercado

Ribamar Júnior - O Imparcial
Publicação: 08/03/2012 10:32

Durante muitos anos, as mulheres estiveram sob o julgo do preconceito em todas as esferas sociais. No mercado de trabalho, nem se fala. Mas, desde as últimas décadas do século XX, é notória a inserção, cada vez maior, da mulher no campo do trabalho, fato este explicado pela combinação de fatores econômicos, culturais e sociais.
Segundo Pesquisa Mensal de Empregos divulgada pelo IBGE, de janeiro deste ano, as mulheres representam 53,6% da população em idade ativa nas regiões metropolitanas do Brasil.
Já da parcela economicamente ativa, elas chegam ao patamar de 45,9%. No que se refere à população empregada, as mulheres representam 45,2% do universo pesquisado.

Os dados são um reflexo da luta por igualdade profissional, que já vem de longas datas. Melhores salários, oportunidades iguais às dos homens, mas, acima de tudo, respeito no ambiente profissional.
Carla Medrado, Diretora de Gente e Gestão da Cemar, atua no mercado de trabalho há 26 anos. Nesse tempo, além de construir uma carreira profissional bem sucedida, cuidou da família e criou dois filhos. Ela, que começou a trabalhar logo aos 18 anos, acredita que a figura da mulher como aquela que apenas responsável pelo lar, ficou para trás.

"Já é uma realidade ver as mulheres ocupando o mercado profissional e, o que é melhor, muitas vezes liderando equipes, assumindo funções de confiança e coordenando. Elas têm se destacado nas corporações devido a sua capacidade de multigerenciamento, uma vez que, por uma habilidade natural, elas conseguem devolver atividades simultâneas.
As mulheres também querem isso, porque a cada dia, elas estão procurando se especializar, a fim de alcançar cargos mais elevados", destaca a diretora.

Ela trabalha em uma empresa cujo corpo profissional é majoritariamente formado por homens (71%), isso porque os profissionais do ramo elétrico ainda são em sua maioria do sexo masculino. Entretanto, ela afirma não haver qualquer tipo de desigualdade de gênero na corporação, porque as oportunidades são iguais para qualquer pessoa.

"Temos um código de ética e conduta que preza pela igualdade entre as pessoas independente de gênero, raça ou orientação sexual. Se houver uma mulher que se destaque dentro do perfil que traçamos, sem sombra de dúvidas, a contratamos”, pontua Medrado.

A diretora conta que, apesar de a Cemar ser uma empresa que trabalha com um setor de mercado povoado pelo sexo masculino, as mulheres tem se destacado e ocupado, inclusive, cargos de gestão. Cerca de 20% das funções gerenciais são ocupadas por elas. Também as mulheres têm se qualificado mais: 43% dos colaboradores que possuem nível superior completo são do sexo feminino; e 33% dos que possuem mestrado, também.

"No dia-a-dia é comum termos mulheres líderes. Aqui na Cemar, 87% da liderança é formada por profissionais da casa. E lógico, que se houver, mulheres da casa, que se destaquem, estas serão promovidas, sem problema algum. Só para exemplificar, temos uma colaboradora que é engenheira eletricista, profissão ‘comum’ para homens, e coordena uma equipe", diz ela.


              Marise Franco  -  Executiva de Planejamento e Investimento da CEMAR 


Carla Medrado ressalta ainda que o fato de a mulher ter saído de casa e procurado o mercado de trabalho não retira a sua função de provedora do lar."Basta apenas um equilíbrio. Eu crio dois filhos e cuido do meu casamento sem problema nenhum. Lógico que não é fácil. É necessário organização".


Empreendedorismo feminino


As mulheres têm avançado no quesito empreendedorismo. De acordo com o estudo do Sebrae, realizado pela Global Enterprenurship Monitor (GEM), 49,3% dos empreendedores brasileiros são do sexo feminino.

Soraia Fialho, proprietária de loja especializada em vinhos Caves du Vin, é um exemplo deste universo. Porém, mais ousada, além de empreender, ela buscou um mercado bem seletivo do ponto de vista de qualificação, uma vez que, o empresário que apostar no ramo deve ser entendido do assunto e normalmente, quando se fala em bebidas, lembra-se do sexo masculino.

"O mercado de vinhos não é exclusivo dos homens, mas sim daqueles que estão abertos e sensíveis para experiências e descobertas. Seja como apreciadoras e consumidoras, seja como revendedoras, cada vez mais mulheres estão descobrindo as maravilhas dos vinhos" acredita.

A mãe do pequeno Renan de 10 anos, desde jovem trabalhava com os pais enquanto, paralelamente fazia faculdade. Depois iniciou a venda de bebidas até chegar à concepção da Caves du Vin, loja que está há 13 anos no mercado.

Ela vê que essa mudança de postura da mulher na sociedade atual, principalmente, no mercado de trabalho é fruto de lutas e empoderamento que a mulher vem conquistando ao logo do tempo.
"A mulher brasileira, graças a Deus, já é bastante respeitada e prova disso é que temos atualmente uma presidente no cargo máximo da política brasileira. Torço para esse respeito e valorização da mulher sejam gerais no mercado de trabalho também e que mais e mais mulheres ocupem cargos de chefias em grandes empresas, a exemplo da atual Presidente da Petrobras Graça Foster, recém-empossada. E rezo para esta liberdade feminina também chegue a países nos quais a mulher ainda é menosprezada, por motivos políticos e religiosos", opina Soraia.

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